A principal responsável pela aplicação da lei no Arizona acabou de apresentar um processo bombástico contra a Temu. A Procuradora-Geral Kris Mayes alega que o gigante do comércio eletrónico está a extrair dados dos utilizadores sem o devido consentimento – como hábitos de navegação, histórico de compras e, possivelmente, até localização. O timing? Interessante. Surge numa altura de crescente escrutínio sobre a forma como as plataformas lidam com a informação dos consumidores, especialmente no que toca aos fluxos de dados transfronteiriços.

Isto não se resume a um estado a mostrar força regulatória. Faz parte de um padrão mais amplo em que as autoridades começam finalmente a colocar questões difíceis sobre o destino das nossas pegadas digitais. Para quem está em cripto e Web3, os paralelismos são óbvios – a soberania dos dados importa, seja a comprar ténis ou a negociar tokens.

A Temu ainda não respondeu publicamente, mas o caso pode criar precedentes sobre o funcionamento dos mercados online nos EUA. Se Mayes vencer, espere que outros estados sigam o exemplo com ações semelhantes. A privacidade dos dados já não é opcional – está a tornar-se o campo de batalha onde as empresas tecnológicas sobrevivem ou morrem.