Um Ano de Surpresas nos Mercados Financeiros Mexicanos
A Bolsa Mexicana de Valores tem protagonizado uma mudança inesperada durante 2025. Enquanto os principais índices norte-americanos permanecem estagnados ou em terreno negativo, o S&P/BMV IPC acumulou um avanço próximo a 21,7% nos últimos 12 meses, superando significativamente os seus homólogos norte-americanos. Este desempenho resulta especialmente notável considerando que o ano começou sob um ambiente complexo marcado pela reeleição de Donald Trump e pela imposição de tarifas de 25% a produtos mexicanos.
Para investidores que historicamente concentraram a maior parte dos seus portfólios em ativos norte-americanos, este resultado levanta uma questão interessante: é momento de repensar a estratégia de diversificação?
Contexto Macroeconómico: Uma Economia Mexicana Resiliente em 2025
A economia mexicana enfrenta 2025 com uma combinação de fatores que explicam a solidez do mercado acionista. Apesar da incerteza internacional gerada pelas políticas comerciais dos EUA, o país mantém três pilares de força:
Inflação controlada e políticas monetárias favoráveis: A inflação diminuiu progressivamente até ficar perto de 3,5% ao ano, permitindo ao Banco do México iniciar cortes graduais nas taxas de juros. Embora a inflação subjacente ainda supere a faixa alvo, este cenário criou condições financeiras mais estáveis do que em exercícios anteriores.
Tipo de câmbio resiliente: O peso mexicano demonstrou uma notável capacidade de absorção de pressões externas. Durante o ano, operou dentro de um intervalo controlado, evitando depreciações abruptas mesmo em períodos de maior fricção comercial. Esta estabilidade cambial aliviou pressões nos custos operacionais das empresas locais.
Nearshoring como motor de investimento: A entrada constante de capital estrangeiro vinculada à relocação de operações da China e Ásia para o México continua impulsionando a atividade empresarial e o investimento direto no país.
A Bolsa Mexicana de Valores: Tamanho, Estrutura e Composição
A Bolsa Mexicana de Valores posiciona-se como a maior das duas bolsas operativas no México (compartilhando mercado com a BIVA, Bolsa Institucional de Valores), e como a segunda mais importante da América Latina. Fundada em 1978 por fusão de três bolsas regionais — a da Cidade do México, a de Occidente em Guadalajara e a de Monterrey — pertence ao Grupo BMV, que também controla a MexDer e a Indeval.
Atualmente, 145 empresas cotam na bolsa mexicana, das quais 140 são de origem mexicana. No entanto, o mercado apresenta um padrão de concentração notável: apenas 35 companhias integram o S&P/BMV IPC, o índice de referência que reflete o comportamento geral do mercado.
Estrutura do Índice de Preços e Cotações (S&P/BMV IPC)
Característica
Dado
Método de cálculo
Ponderado por capitalização de mercado
Revisão de composição
Duas vezes ao ano (março e setembro)
Frequência de atualização
Tempo real
Data de lançamento
30 de outubro de 1978
Moedas de cotação
MXN / USD
Retorno anualizado (1 ano)
29%
Retorno anualizado (5 anos)
15%
Retorno anualizado (10 anos)
6,44%
Número de componentes
35 empresas
Capitalização menor
17.882 milhões MXN
Capitalização maior
1.279.282 milhões MXN
Capitalização média
221.939 milhões MXN
Concentração setorial e de liquidez: As ações das maiores empresas mantêm uma concentração significativa. As 10 companhias com maior capitalização representam 71,6% do valor total do índice, enquanto a empresa de maior peso acumula 12,4% sozinha. Os setores dominantes são bens de consumo básico (30,9%), materiais (26,2%) e industrial (12,3%).
As Empresas que Lideram o Mercado Acionário Mexicano
Hierarquia de Capitalização: Os Cinco Gigantes
Cinco empresas dominam a estrutura de pesos e contrapesos do mercado mexicano. Estas companhias acumulam aproximadamente 44,2% da capitalização bolsista total e concentram 55,8% do valor do índice S&P/BMV IPC. Para contextualizar: as cinco maiores firmas americanas superam em mais de 15 vezes o valor total de toda a Bolsa Mexicana de Valores, ilustrando a diferença de escala entre ambos os mercados.
Posição
Empresa
Capitalização
Ticker
1
Grupo México SAB de CV
1.270 mil milhões MXN
GMEXICO B
2
Walmart de México SAB de CV
1.100 mil milhões MXN
WALMEX
3
Grupo Financeiro Banorte
534,70 mil milhões MXN
GF NORTE
4
Fomento Econômico Mexicano (FEMSA)
583,28 mil milhões MXN
UBD
5
América Móvil SAB de CVB
70,81 mil milhões USD
AMX B
Análise Detalhada das Principais Ações de Empresas Mexicanas
Grupo México: Mineração e Transportes em Expansão
O Grupo México surge como o conglomerado de maior envergadura na bolsa. Fundado em 1978, opera três divisões principais: Minera México (considerada a maior empresa de mineração do país e terceira produtora mundial de cobre), Transportes (com a maior frota ferroviária do México) e Infraestrutura.
No terceiro trimestre de 2025, as receitas cresceram 11% até 4.590 milhões de dólares, enquanto o lucro líquido disparou mais de 50%, atingindo 1.290 milhões de dólares. As ações do Grupo México cotam entre 158,68$ e 162,51$ no intervalo atual, com um PER de 17,71 e rentabilidade por dividendos de 2,71%.
Contudo, o consenso de analistas mantém uma avaliação cautelosa, com um preço-alvo médio de 149,42 MXN indicando potencial de queda de 6,9%. Barron’s atribui uma classificação de “Venda/Infraponderar” com objetivo de 8,33 USD para as ações Classe B.
Walmart do México: Retalho Consolidado com Solidez Operacional
Walmart de México SAB de CV, fundada em 1958 por Jerónimo Arango, lidera o setor de varejo no México e América Central. Opera através de múltiplos formatos: lojas de desconto, hipermercados, supermercados e clubes, atendendo milhões de clientes na região.
No segundo trimestre de 2025, as vendas atingiram 246.253,8 milhões de pesos contra 227.415,1 milhões no período comparável de 2024. O lucro líquido foi de 11.226,9 milhões de pesos frente a 12.510,1 milhões no segundo trimestre do ano anterior, refletindo pressões nas margens.
As ações desta empresa cotam em uma faixa de 61,43$ a 63,97$ atualmente, com PER de 21,86 e dividendo de 3,83%. Barron’s mantém recomendação de “Sobreponderar” para Walmart de México e América Central (WALMEX), sugerindo nível de compra acima da média do mercado.
América Móvil: Telecomunicações Multinacionais
América Móvil S.A.B. de C.V., controlada pelo Grupo Carso do bilionário Carlos Slim, posiciona-se como a maior operadora de telecomunicações do continente americano e a sétima a nível global. Com sede na Cidade do México, possui presença em 23 países da América e Europa, atendendo a mais de 323 milhões de usuários.
Além de serviços móveis, a companhia opera em publicidade, centros de chamadas e é proprietária de torres de comunicação. No terceiro trimestre de 2025, registrou receitas de 232.920 milhões de pesos mexicanos, crescimento interanual de 4,2%. O lucro líquido situou-se em 22.700 milhões de pesos.
As ações cotam entre 32.800,00$ e 35.160,00$, com uma capitalização atual de 70,75 mil milhões USD. O consenso de analistas coletado pela Investing.com mantém uma recomendação de “Compra”, com preço-alvo médio de 21,323 MXN para os próximos 12 meses.
FEMSA: Bebidas, Comércio Minorista e Farmácias
Fomento Econômico Mexicano S.A.B. de C.V. (FEMSA), fundada em 1890 em Monterrey, é a maior engarrafadora da Coca-Cola a nível mundial. A multinacional mexicana opera em bebidas, comércio minorista, restaurantes e farmácias, com operações em 17 países além do México: Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Luxemburgo, Países Baixos, Panamá, Peru, Suíça e Uruguai.
Cotada simultaneamente na Bolsa Mexicana de Valores e na Bolsa de Nova York, a FEMSA faz parte dos principais índices bolsistas de ambas as praças. No terceiro trimestre de 2025, as receitas totais consolidadas cresceram 9,1% até 214.638 milhões de pesos, mas o lucro líquido caiu 36,8% até 5.838 milhões de pesos, impactado por perdas cambiais e maiores despesas financeiras.
As ações operam na faixa de 174,48$ a 180,00$, com uma capitalização de 583,28 mil milhões MXN. O PER situa-se em 38,85 com rentabilidade por dividendos de 7,4%. Os portais de análise mantêm recomendação de “Compra” para estas ações de grande porte.
Banorte: Banco Integral Mexicano
Grupo Financeiro Banorte S.A.B. de C.V., fundado em 1992 com sede em San Pedro Garza García, posiciona-se como o segundo maior banco do México e da América Latina. Opera sob as marcas Banorte e Ixe, oferecendo contas de poupança, cartões de crédito, empréstimos, hipotecas, créditos comerciais e automotivos.
O Banorte atende 22 milhões de clientes através de mais de 1.000 agências, 7.000 caixas automáticos e 5.200 estabelecimentos cooperantes. A instituição é também a mais antiga gestora de fundos de pensão (Afores) no México. No terceiro trimestre de 2025, registrou lucro líquido de 13.008 milhões de pesos, representando uma queda interanual de 9%.
As ações cotam entre 178,03$ e 186,44$, com uma capitalização de 534,70 mil milhões MXN. O PER é 9,02 com dividendo de 7,30%, refletindo uma avaliação atrativa. Barron’s posiciona a recomendação média em “Sobreponderar (Overweight)” para estas ações.
Dinâmicas Setoriais e Oportunidades de Investimento
Os setores que impulsionaram o desempenho do mercado acionista mexicano em 2025 são principalmente:
Consumo básico e retalho (30,9% do índice): Favorecido pela força do consumo interno mexicano e pela solidez de cadeias de distribuição estabelecidas.
Materiais e mineração (26,2%): Beneficiados pela recuperação de preços de commodities e pela demanda asiática por metais industriais.
Telecomunicações: Com operadores regionais em expansão aproveitando a crescente penetração de dados móveis no México.
Estratégia de Carteira para 2025 e Perspectivas
Para investidores que buscam diversificação internacional além de ativos norte-americanos, 2025 apresenta uma janela de oportunidade no mercado mexicano. Uma estratégia equilibrada poderia considerar:
Exposição a ações de empresas mexicanas: Selecionando posições nos principais valores com fundamentos sólidos e perspectivas de crescimento.
Combinação com ativos norte-americanos: Mantendo presença seletiva em mercados desenvolvidos para capturar diferentes dinâmicas de rentabilidade.
Complemento com renda fixa local: Incluindo títulos de ambas as economias para reduzir volatilidade e capturar diferenciais de taxa.
Esta mistura permite reduzir riscos comerciais, monetários e geopolíticos enquanto se capturam as diferenças de rendimento entre mercados. A resiliência demonstrada pelo S&P/BMV IPC apesar das tarifas e da incerteza geopolítica sugere que o mercado mexicano encontrou seu próprio ritmo de crescimento, alimentado pelo consumo interno, o investimento estrangeiro em nearshoring e o desempenho das suas empresas líderes.
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O Mercado de Ações Mexicano em 2025: Oportunidades na Bolsa de Valores Mais Dinâmica da América Latina
Um Ano de Surpresas nos Mercados Financeiros Mexicanos
A Bolsa Mexicana de Valores tem protagonizado uma mudança inesperada durante 2025. Enquanto os principais índices norte-americanos permanecem estagnados ou em terreno negativo, o S&P/BMV IPC acumulou um avanço próximo a 21,7% nos últimos 12 meses, superando significativamente os seus homólogos norte-americanos. Este desempenho resulta especialmente notável considerando que o ano começou sob um ambiente complexo marcado pela reeleição de Donald Trump e pela imposição de tarifas de 25% a produtos mexicanos.
Para investidores que historicamente concentraram a maior parte dos seus portfólios em ativos norte-americanos, este resultado levanta uma questão interessante: é momento de repensar a estratégia de diversificação?
Contexto Macroeconómico: Uma Economia Mexicana Resiliente em 2025
A economia mexicana enfrenta 2025 com uma combinação de fatores que explicam a solidez do mercado acionista. Apesar da incerteza internacional gerada pelas políticas comerciais dos EUA, o país mantém três pilares de força:
Inflação controlada e políticas monetárias favoráveis: A inflação diminuiu progressivamente até ficar perto de 3,5% ao ano, permitindo ao Banco do México iniciar cortes graduais nas taxas de juros. Embora a inflação subjacente ainda supere a faixa alvo, este cenário criou condições financeiras mais estáveis do que em exercícios anteriores.
Tipo de câmbio resiliente: O peso mexicano demonstrou uma notável capacidade de absorção de pressões externas. Durante o ano, operou dentro de um intervalo controlado, evitando depreciações abruptas mesmo em períodos de maior fricção comercial. Esta estabilidade cambial aliviou pressões nos custos operacionais das empresas locais.
Nearshoring como motor de investimento: A entrada constante de capital estrangeiro vinculada à relocação de operações da China e Ásia para o México continua impulsionando a atividade empresarial e o investimento direto no país.
A Bolsa Mexicana de Valores: Tamanho, Estrutura e Composição
A Bolsa Mexicana de Valores posiciona-se como a maior das duas bolsas operativas no México (compartilhando mercado com a BIVA, Bolsa Institucional de Valores), e como a segunda mais importante da América Latina. Fundada em 1978 por fusão de três bolsas regionais — a da Cidade do México, a de Occidente em Guadalajara e a de Monterrey — pertence ao Grupo BMV, que também controla a MexDer e a Indeval.
Atualmente, 145 empresas cotam na bolsa mexicana, das quais 140 são de origem mexicana. No entanto, o mercado apresenta um padrão de concentração notável: apenas 35 companhias integram o S&P/BMV IPC, o índice de referência que reflete o comportamento geral do mercado.
Estrutura do Índice de Preços e Cotações (S&P/BMV IPC)
Concentração setorial e de liquidez: As ações das maiores empresas mantêm uma concentração significativa. As 10 companhias com maior capitalização representam 71,6% do valor total do índice, enquanto a empresa de maior peso acumula 12,4% sozinha. Os setores dominantes são bens de consumo básico (30,9%), materiais (26,2%) e industrial (12,3%).
As Empresas que Lideram o Mercado Acionário Mexicano
Hierarquia de Capitalização: Os Cinco Gigantes
Cinco empresas dominam a estrutura de pesos e contrapesos do mercado mexicano. Estas companhias acumulam aproximadamente 44,2% da capitalização bolsista total e concentram 55,8% do valor do índice S&P/BMV IPC. Para contextualizar: as cinco maiores firmas americanas superam em mais de 15 vezes o valor total de toda a Bolsa Mexicana de Valores, ilustrando a diferença de escala entre ambos os mercados.
Análise Detalhada das Principais Ações de Empresas Mexicanas
Grupo México: Mineração e Transportes em Expansão
O Grupo México surge como o conglomerado de maior envergadura na bolsa. Fundado em 1978, opera três divisões principais: Minera México (considerada a maior empresa de mineração do país e terceira produtora mundial de cobre), Transportes (com a maior frota ferroviária do México) e Infraestrutura.
No terceiro trimestre de 2025, as receitas cresceram 11% até 4.590 milhões de dólares, enquanto o lucro líquido disparou mais de 50%, atingindo 1.290 milhões de dólares. As ações do Grupo México cotam entre 158,68$ e 162,51$ no intervalo atual, com um PER de 17,71 e rentabilidade por dividendos de 2,71%.
Contudo, o consenso de analistas mantém uma avaliação cautelosa, com um preço-alvo médio de 149,42 MXN indicando potencial de queda de 6,9%. Barron’s atribui uma classificação de “Venda/Infraponderar” com objetivo de 8,33 USD para as ações Classe B.
Walmart do México: Retalho Consolidado com Solidez Operacional
Walmart de México SAB de CV, fundada em 1958 por Jerónimo Arango, lidera o setor de varejo no México e América Central. Opera através de múltiplos formatos: lojas de desconto, hipermercados, supermercados e clubes, atendendo milhões de clientes na região.
No segundo trimestre de 2025, as vendas atingiram 246.253,8 milhões de pesos contra 227.415,1 milhões no período comparável de 2024. O lucro líquido foi de 11.226,9 milhões de pesos frente a 12.510,1 milhões no segundo trimestre do ano anterior, refletindo pressões nas margens.
As ações desta empresa cotam em uma faixa de 61,43$ a 63,97$ atualmente, com PER de 21,86 e dividendo de 3,83%. Barron’s mantém recomendação de “Sobreponderar” para Walmart de México e América Central (WALMEX), sugerindo nível de compra acima da média do mercado.
América Móvil: Telecomunicações Multinacionais
América Móvil S.A.B. de C.V., controlada pelo Grupo Carso do bilionário Carlos Slim, posiciona-se como a maior operadora de telecomunicações do continente americano e a sétima a nível global. Com sede na Cidade do México, possui presença em 23 países da América e Europa, atendendo a mais de 323 milhões de usuários.
Além de serviços móveis, a companhia opera em publicidade, centros de chamadas e é proprietária de torres de comunicação. No terceiro trimestre de 2025, registrou receitas de 232.920 milhões de pesos mexicanos, crescimento interanual de 4,2%. O lucro líquido situou-se em 22.700 milhões de pesos.
As ações cotam entre 32.800,00$ e 35.160,00$, com uma capitalização atual de 70,75 mil milhões USD. O consenso de analistas coletado pela Investing.com mantém uma recomendação de “Compra”, com preço-alvo médio de 21,323 MXN para os próximos 12 meses.
FEMSA: Bebidas, Comércio Minorista e Farmácias
Fomento Econômico Mexicano S.A.B. de C.V. (FEMSA), fundada em 1890 em Monterrey, é a maior engarrafadora da Coca-Cola a nível mundial. A multinacional mexicana opera em bebidas, comércio minorista, restaurantes e farmácias, com operações em 17 países além do México: Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Luxemburgo, Países Baixos, Panamá, Peru, Suíça e Uruguai.
Cotada simultaneamente na Bolsa Mexicana de Valores e na Bolsa de Nova York, a FEMSA faz parte dos principais índices bolsistas de ambas as praças. No terceiro trimestre de 2025, as receitas totais consolidadas cresceram 9,1% até 214.638 milhões de pesos, mas o lucro líquido caiu 36,8% até 5.838 milhões de pesos, impactado por perdas cambiais e maiores despesas financeiras.
As ações operam na faixa de 174,48$ a 180,00$, com uma capitalização de 583,28 mil milhões MXN. O PER situa-se em 38,85 com rentabilidade por dividendos de 7,4%. Os portais de análise mantêm recomendação de “Compra” para estas ações de grande porte.
Banorte: Banco Integral Mexicano
Grupo Financeiro Banorte S.A.B. de C.V., fundado em 1992 com sede em San Pedro Garza García, posiciona-se como o segundo maior banco do México e da América Latina. Opera sob as marcas Banorte e Ixe, oferecendo contas de poupança, cartões de crédito, empréstimos, hipotecas, créditos comerciais e automotivos.
O Banorte atende 22 milhões de clientes através de mais de 1.000 agências, 7.000 caixas automáticos e 5.200 estabelecimentos cooperantes. A instituição é também a mais antiga gestora de fundos de pensão (Afores) no México. No terceiro trimestre de 2025, registrou lucro líquido de 13.008 milhões de pesos, representando uma queda interanual de 9%.
As ações cotam entre 178,03$ e 186,44$, com uma capitalização de 534,70 mil milhões MXN. O PER é 9,02 com dividendo de 7,30%, refletindo uma avaliação atrativa. Barron’s posiciona a recomendação média em “Sobreponderar (Overweight)” para estas ações.
Dinâmicas Setoriais e Oportunidades de Investimento
Os setores que impulsionaram o desempenho do mercado acionista mexicano em 2025 são principalmente:
Consumo básico e retalho (30,9% do índice): Favorecido pela força do consumo interno mexicano e pela solidez de cadeias de distribuição estabelecidas.
Materiais e mineração (26,2%): Beneficiados pela recuperação de preços de commodities e pela demanda asiática por metais industriais.
Telecomunicações: Com operadores regionais em expansão aproveitando a crescente penetração de dados móveis no México.
Estratégia de Carteira para 2025 e Perspectivas
Para investidores que buscam diversificação internacional além de ativos norte-americanos, 2025 apresenta uma janela de oportunidade no mercado mexicano. Uma estratégia equilibrada poderia considerar:
Exposição a ações de empresas mexicanas: Selecionando posições nos principais valores com fundamentos sólidos e perspectivas de crescimento.
Combinação com ativos norte-americanos: Mantendo presença seletiva em mercados desenvolvidos para capturar diferentes dinâmicas de rentabilidade.
Complemento com renda fixa local: Incluindo títulos de ambas as economias para reduzir volatilidade e capturar diferenciais de taxa.
Esta mistura permite reduzir riscos comerciais, monetários e geopolíticos enquanto se capturam as diferenças de rendimento entre mercados. A resiliência demonstrada pelo S&P/BMV IPC apesar das tarifas e da incerteza geopolítica sugere que o mercado mexicano encontrou seu próprio ritmo de crescimento, alimentado pelo consumo interno, o investimento estrangeiro em nearshoring e o desempenho das suas empresas líderes.