O Mistério de Satoshi que Até o FBI Não Toca

Faz 16 anos desde o nascimento do Bitcoin, e o maior caso não resolvido no crypto ainda nos assombra: quem diabos é Satoshi Nakamoto?

A resposta mais próxima que conseguimos quase explodiu em 2014. A repórter da Newsweek, Leah Goodman, localizou um americano japonês de 65 anos chamado Dorian Nakamoto nas encostas de San Bernardino. As evidências pareciam sólidas—ele era físico da CalPoly, e veja isto: seu nome original era na verdade Satoshi Nakamoto antes de o mudar legalmente para Dorian Prentice Satoshi Nakamoto em 1973. A internet ficou em polvorosa.

Então veio a reviravolta. Depois de três anos de silêncio, o verdadeiro Satoshi apareceu na P2P Foundation e deixou uma única frase: “Eu não sou Dorian Nakamoto.” Caso encerrado? Nem perto disso. O próprio Dorian negou, afirmando que nunca tinha ouvido falar de Bitcoin até que seu filho mencionasse.

A Misteriosa “Resposta Glomar” do FBI

Aqui é onde fica picante. O jornalista de investigação Dave Troy apresentou um pedido de Lei de Liberdade de Informação ao FBI, perguntando o que sabiam sobre a identidade de Satoshi. A resposta do FBI? Pura genialidade burocrática: não confirmaram nem negaram ter qualquer informação.

Em linguagem FOIA, isso é chamado de uma “resposta Glomar”—basicamente um “não podemos dizer que não podemos dizer.” Troy interpreta isso como uma pista de que Satoshi pode realmente ser um “indivíduo de terceiro partido” de interesse para investigadores federais. Ele está planejando recorrer e investigar mais a fundo.

A Hipótese Hal Finney

A teoria favorita da comunidade? Hal Finney, o primeiro contribuinte do Bitcoin. A evidência parecia circunstancial, mas tentadora:

• Finney morava a apenas alguns quarteirões do endereço de Dorian Nakamoto
• Satoshi enviou-lhe a primeira transação de Bitcoin na história
• Eles corresponderam extensivamente nos primeiros dias do Bitcoin
• Finney nunca negou a teoria—ele apenas escreveu uma retrospectiva e ficou em silêncio

Engraçado, Finney morreu em agosto de 2014 e foi congelado criogenicamente na Alcor Life Extension Foundation. Sem confirmação, sem negação. Apenas… desaparecido.

Por Que Satoshi Permanecia Invisível

O tempo é tudo. No dia 5 de dezembro de 2010, Satoshi quebrou seu habitual estilo de postagem apenas técnico para implorar à comunidade Bitcoin que não deixasse o WikiLeaks aceitar doações em Bitcoin. “Ainda é muito pequeno, muito frágil,” ele alertou. Sete dias depois, ele fez uma última atualização técnica e desapareceu no éter.

Foi uma saída estratégica para proteger o Bitcoin do calor regulatório? Uma precaução de segurança? Ou ele simplesmente perdeu o interesse?

A anonimidade em si tornou-se parte do DNA do Bitcoin—uma característica central, não um erro. Nenhum líder único para atacar, nenhum rosto para regular, nenhuma identidade para expor. De certa forma, não saber quem é Satoshi prova que o sistema funciona.

Nunca saberemos? Provavelmente não. E talvez seja exatamente assim que Satoshi queria.