Em 10 de novembro de 2025, o Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong anunciou o lançamento da terceira emissão de obrigações digitais. Desta vez, as obrigações “nativas digitais” serão denominadas em dólares americanos, dólares de Hong Kong, euros e renminbi offshore, com a primeira fixação de preços prevista para o mesmo dia. Esta emissão continua o quadro de obrigações tokenizadas estabelecido em Hong Kong em 2024 e, pela primeira vez, adota um modelo de emissão híbrido — parte das obrigações será emitida em blockchains públicos como Ethereum, enquanto o restante será emitido através de plataformas de livro-razão distribuído (DLT) fornecidas pelo HSBC e Goldman Sachs. A classificação da S&P Global Ratings atribuiu às obrigações uma nota AA+, confirmando a sua qualidade de crédito equivalente às obrigações tradicionais, e destacou que, em caso de falha no sistema blockchain, existe um plano de contingência para transferência para o sistema de liquidação tradicional.
Detalhes da emissão e inovação tecnológica
A estrutura multimoeda reflete a posição de centro financeiro internacional. Na emissão, espera-se que as obrigações em dólares americanos representem cerca de 40%, o renminbi offshore 30%, o dólar de Hong Kong 20% e o euro 10%. Esta configuração atende às necessidades dos investidores internacionais e promove a internacionalização do renminbi. Notavelmente, a parte em renminbi offshore será compatível com a carteira digital de renminbi lançada pelo Banco de Hong Kong, estabelecendo um modelo para a interação futura entre moedas digitais de bancos centrais (CBDC) e obrigações tokenizadas.
A seleção de tecnologias blockchain apresenta características diversificadas. A blockchain Ethereum é direcionada principalmente a investidores de varejo e instituições nativas de criptomoedas, enquanto plataformas como Hex Trust do HSBC e GS DAP do Goldman Sachs atendem às instituições financeiras tradicionais. Esta arquitetura híbrida garante profundidade de liquidez e conformidade regulatória. Documentos técnicos indicam que os tokens de obrigações cumprem o padrão ERC-3475, suportando estruturas de juros multilayer e cláusulas complexas de resgate.
A eficiência da emissão atingiu um avanço qualitativo. Em comparação com o ciclo de liquidação de 5 a 7 dias úteis das obrigações tradicionais, as obrigações digitais serão liquidadas em T+1, com alguns produtos de estrutura simples podendo ser liquidados no mesmo dia. Este aumento de eficiência é possibilitado por contratos inteligentes que executam automaticamente processos de subscrição, alocação e liquidação, reduzindo intervenções manuais.
Contexto de mercado e avanços regulatórios
O papel de liderança do mercado de obrigações de Hong Kong continua a ser consolidado. Até setembro de 2025, Hong Kong representava 30% do volume total de emissões de obrigações internacionais na Ásia, mantendo-se na liderança regional pelo nono ano consecutivo. Antes desta emissão digital, empresas de Hong Kong já haviam emitido quatro títulos digitais neste ano, arrecadando um total de 1 bilhão de dólares, demonstrando forte demanda por canais de financiamento digital.
O quadro regulatório foi aprimorado para apoiar o desenvolvimento do mercado. Em 8 de novembro, a Comissão de Valores Mobiliários de Hong Kong (SFC) atualizou suas diretrizes, esclarecendo que obrigações digitais podem ser consideradas “títulos de dívida” sob a Lei das Empresas, enquanto o Banco de Hong Kong publicou orientações para operações de custódia de obrigações tokenizadas, resolvendo obstáculos técnicos para participação de instituições financeiras tradicionais. Essa clareza regulatória posiciona Hong Kong à frente de Singapura e Dubai na competição por regulamentação de ativos digitais.
A adoção por instituições está em fase acelerada. A Franklin Templeton lançou em 7 de novembro o primeiro fundo de mercado monetário tokenizado de Hong Kong, enquanto BlackRock e State Street estão testando sistemas de negociação secundária de obrigações tokenizadas. Essa infraestrutura de nível institucional fornece suporte de liquidez profunda ao mercado de obrigações digitais.
Benefícios econômicos e gestão de riscos
Os custos de emissão foram significativamente reduzidos. Em relação às obrigações tradicionais, que apresentam custos de 2 a 3%, as obrigações digitais, por meio de contratos inteligentes, reduzem esses custos para abaixo de 0,5%. Para uma emissão planejada de 500 milhões de dólares, isso representa uma economia de aproximadamente 7,5 milhões de dólares apenas na fase de emissão.
A liquidez aprimorada cria espaço para uma margem de prêmio. Obrigações digitais podem ser negociadas 24/7 em plataformas descentralizadas compatíveis, conferindo vantagem de liquidez que geralmente resulta em um prêmio de liquidez de 0,1 a 0,15% em relação às obrigações tradicionais. O market maker Wintermute comprometeu-se a fornecer cotações bilaterais para esta emissão, garantindo liquidez no mercado secundário.
Mecanismos de contingência garantem a robustez do sistema. A S&P elogiou especialmente o plano de transferência de falhas — em caso de falha grave no sistema blockchain, as obrigações serão transferidas para o Sistema Central de Liquidação de Hong Kong (CMU) em até 3 dias úteis. Este projeto resolve preocupações regulatórias relacionadas a riscos tecnológicos e prepara o caminho para emissões de maior escala.
Significado estratégico e competição regional
A construção de um hub de criptomoedas entra em nova fase. Hong Kong, por meio de obrigações digitais, fundos tokenizados e bolsas de ativos virtuais, está construindo um ecossistema financeiro digital de forma sistemática. Essa estratégia abrangente posiciona Hong Kong na vanguarda da competição de finanças digitais na Ásia-Pacífico, prevendo-se que até 2026 a gestão de ativos digitais atinja 150 bilhões de dólares.
Os efeitos de colaboração na Grande Baía começam a se manifestar. Em 5 de novembro, Hong Kong e Shenzhen assinaram um memorando de cooperação em fintech, apoiando projetos-piloto de transações transfronteiriças de obrigações digitais. Essa cooperação regional potencializa a base de investidores continentais para as obrigações digitais de Hong Kong, podendo abrir um mercado de trilhões de dólares.
A influência na formulação de padrões globais também aumenta. O projeto “Genesis 2.0”, desenvolvido pelo Banco de Hong Kong em parceria com o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS), está consolidando a experiência desta emissão como padrão global para valores mobiliários digitais. Essa exportação tecnológica transforma Hong Kong de seguidor a líder na definição de regras, elevando sua influência financeira internacional.
Conclusão
A emissão de obrigações digitais multimoeda de Hong Kong marca a entrada de uma nova fase na integração entre finanças tradicionais e tecnologia blockchain. Essa inovação melhora a eficiência do mercado, reduz custos de financiamento e redefine o cenário competitivo do centro financeiro internacional. Em um contexto macro de aceleração da economia digital, Hong Kong, por meio de inovações institucionais sistemáticas, está se transformando de uma ponte financeira tradicional em um centro de infraestrutura financeira digital. Este caminho de transformação oferece importantes referências globais e abre novas rotas estratégicas para a competição internacional da China no campo das finanças digitais.
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Hong Kong emite títulos digitais multimoeda, consolidando a sua posição como centro global de criptografia através de inovação institucional
Em 10 de novembro de 2025, o Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong anunciou o lançamento da terceira emissão de obrigações digitais. Desta vez, as obrigações “nativas digitais” serão denominadas em dólares americanos, dólares de Hong Kong, euros e renminbi offshore, com a primeira fixação de preços prevista para o mesmo dia. Esta emissão continua o quadro de obrigações tokenizadas estabelecido em Hong Kong em 2024 e, pela primeira vez, adota um modelo de emissão híbrido — parte das obrigações será emitida em blockchains públicos como Ethereum, enquanto o restante será emitido através de plataformas de livro-razão distribuído (DLT) fornecidas pelo HSBC e Goldman Sachs. A classificação da S&P Global Ratings atribuiu às obrigações uma nota AA+, confirmando a sua qualidade de crédito equivalente às obrigações tradicionais, e destacou que, em caso de falha no sistema blockchain, existe um plano de contingência para transferência para o sistema de liquidação tradicional.
Detalhes da emissão e inovação tecnológica
A estrutura multimoeda reflete a posição de centro financeiro internacional. Na emissão, espera-se que as obrigações em dólares americanos representem cerca de 40%, o renminbi offshore 30%, o dólar de Hong Kong 20% e o euro 10%. Esta configuração atende às necessidades dos investidores internacionais e promove a internacionalização do renminbi. Notavelmente, a parte em renminbi offshore será compatível com a carteira digital de renminbi lançada pelo Banco de Hong Kong, estabelecendo um modelo para a interação futura entre moedas digitais de bancos centrais (CBDC) e obrigações tokenizadas.
A seleção de tecnologias blockchain apresenta características diversificadas. A blockchain Ethereum é direcionada principalmente a investidores de varejo e instituições nativas de criptomoedas, enquanto plataformas como Hex Trust do HSBC e GS DAP do Goldman Sachs atendem às instituições financeiras tradicionais. Esta arquitetura híbrida garante profundidade de liquidez e conformidade regulatória. Documentos técnicos indicam que os tokens de obrigações cumprem o padrão ERC-3475, suportando estruturas de juros multilayer e cláusulas complexas de resgate.
A eficiência da emissão atingiu um avanço qualitativo. Em comparação com o ciclo de liquidação de 5 a 7 dias úteis das obrigações tradicionais, as obrigações digitais serão liquidadas em T+1, com alguns produtos de estrutura simples podendo ser liquidados no mesmo dia. Este aumento de eficiência é possibilitado por contratos inteligentes que executam automaticamente processos de subscrição, alocação e liquidação, reduzindo intervenções manuais.
Contexto de mercado e avanços regulatórios
O papel de liderança do mercado de obrigações de Hong Kong continua a ser consolidado. Até setembro de 2025, Hong Kong representava 30% do volume total de emissões de obrigações internacionais na Ásia, mantendo-se na liderança regional pelo nono ano consecutivo. Antes desta emissão digital, empresas de Hong Kong já haviam emitido quatro títulos digitais neste ano, arrecadando um total de 1 bilhão de dólares, demonstrando forte demanda por canais de financiamento digital.
O quadro regulatório foi aprimorado para apoiar o desenvolvimento do mercado. Em 8 de novembro, a Comissão de Valores Mobiliários de Hong Kong (SFC) atualizou suas diretrizes, esclarecendo que obrigações digitais podem ser consideradas “títulos de dívida” sob a Lei das Empresas, enquanto o Banco de Hong Kong publicou orientações para operações de custódia de obrigações tokenizadas, resolvendo obstáculos técnicos para participação de instituições financeiras tradicionais. Essa clareza regulatória posiciona Hong Kong à frente de Singapura e Dubai na competição por regulamentação de ativos digitais.
A adoção por instituições está em fase acelerada. A Franklin Templeton lançou em 7 de novembro o primeiro fundo de mercado monetário tokenizado de Hong Kong, enquanto BlackRock e State Street estão testando sistemas de negociação secundária de obrigações tokenizadas. Essa infraestrutura de nível institucional fornece suporte de liquidez profunda ao mercado de obrigações digitais.
Benefícios econômicos e gestão de riscos
Os custos de emissão foram significativamente reduzidos. Em relação às obrigações tradicionais, que apresentam custos de 2 a 3%, as obrigações digitais, por meio de contratos inteligentes, reduzem esses custos para abaixo de 0,5%. Para uma emissão planejada de 500 milhões de dólares, isso representa uma economia de aproximadamente 7,5 milhões de dólares apenas na fase de emissão.
A liquidez aprimorada cria espaço para uma margem de prêmio. Obrigações digitais podem ser negociadas 24/7 em plataformas descentralizadas compatíveis, conferindo vantagem de liquidez que geralmente resulta em um prêmio de liquidez de 0,1 a 0,15% em relação às obrigações tradicionais. O market maker Wintermute comprometeu-se a fornecer cotações bilaterais para esta emissão, garantindo liquidez no mercado secundário.
Mecanismos de contingência garantem a robustez do sistema. A S&P elogiou especialmente o plano de transferência de falhas — em caso de falha grave no sistema blockchain, as obrigações serão transferidas para o Sistema Central de Liquidação de Hong Kong (CMU) em até 3 dias úteis. Este projeto resolve preocupações regulatórias relacionadas a riscos tecnológicos e prepara o caminho para emissões de maior escala.
Significado estratégico e competição regional
A construção de um hub de criptomoedas entra em nova fase. Hong Kong, por meio de obrigações digitais, fundos tokenizados e bolsas de ativos virtuais, está construindo um ecossistema financeiro digital de forma sistemática. Essa estratégia abrangente posiciona Hong Kong na vanguarda da competição de finanças digitais na Ásia-Pacífico, prevendo-se que até 2026 a gestão de ativos digitais atinja 150 bilhões de dólares.
Os efeitos de colaboração na Grande Baía começam a se manifestar. Em 5 de novembro, Hong Kong e Shenzhen assinaram um memorando de cooperação em fintech, apoiando projetos-piloto de transações transfronteiriças de obrigações digitais. Essa cooperação regional potencializa a base de investidores continentais para as obrigações digitais de Hong Kong, podendo abrir um mercado de trilhões de dólares.
A influência na formulação de padrões globais também aumenta. O projeto “Genesis 2.0”, desenvolvido pelo Banco de Hong Kong em parceria com o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS), está consolidando a experiência desta emissão como padrão global para valores mobiliários digitais. Essa exportação tecnológica transforma Hong Kong de seguidor a líder na definição de regras, elevando sua influência financeira internacional.
Conclusão
A emissão de obrigações digitais multimoeda de Hong Kong marca a entrada de uma nova fase na integração entre finanças tradicionais e tecnologia blockchain. Essa inovação melhora a eficiência do mercado, reduz custos de financiamento e redefine o cenário competitivo do centro financeiro internacional. Em um contexto macro de aceleração da economia digital, Hong Kong, por meio de inovações institucionais sistemáticas, está se transformando de uma ponte financeira tradicional em um centro de infraestrutura financeira digital. Este caminho de transformação oferece importantes referências globais e abre novas rotas estratégicas para a competição internacional da China no campo das finanças digitais.